domingo, 30 de outubro de 2011

Santa Cruz de La Sierra - 22 de outubro de 2011

Chegando em Santa Cruz de La Sierra, tive bastante sorte, pois logo de inicio achei uma pessoa que estava com o mesmo destino que eu... um menino que estudava na Bolivia e estava fazendo transferência dos estudos para o Brasil. Ficamos bem próximos, e acabou que ele me levou para conhecer o centro da cidade, trocar meus reais por bolivianos, e também me ajudar com os taxis, além de ter me acomodado em sua casa “impecável” diga-se de passagem...  uma pessoa do bem, que me fez ver que minha viagem estava só começando mais do que com o pé direito!!!
O que mais me chamou atenção em Santa Cruz foi a diferenciação entre as vestimentas dos Bolivianos. Algumas mulheres vestiam roupas de tecido, tipo uma lesie na blusa e saias rodadas, e usavam  duas tranças no cabelo uma de cada lado da cabeça com uns enfeites, tipo umas bolinhas de miçanga na ponta da trança. E havia também uns homens que vestiam calça cumprida e suspensório xadrez. Descobri depois que as mulheres são chamadas de Chollas, que são os descendentes de índios, que tem raízes fortes com a cultura e mantém essa tradição. Os homens são de pele branca e soa chamados por outro nome que agora eu esqueci. hehehe
Tem um parque bem bonito em Santa Cruz, mas não cheguei a visitar. Vi fotos, tem muitos animais, é bem passeio de turista, mas é legal! Se tivesse pesquisado mais sobre a cidade antes de chegar, teria ido.









Não quis ficar muito tempo em Santa Cruz, pois a viagem vai ser longa e tenho data para chegar, então cheguei as 8 da manhã e peguei um ônibus para Sucre às 17h. 

Assis - Campo Grande - Corumba - 21 de outubro de 2011

Bom, Assis – Campo Grande foi uma viagem muito tranqüila... Paguei R$ 76,00  na passagem de ônibus e pude dormir a noite toda, tudo bem que eu durmo até em pé, mas quando se está prestes a sair do país para um menos desenvolvido e diante de algumas dificuldade que você sabe que terá que passar como ficar muito atento a sua bagagem, objetos de valor e etc, você aproveita ao máximo momentos onde pode dormir tranqüilo, e eu fiz isso desde o principio... nem vi chegar em Campo Grande... Sai de Assis às 21:45h e cheguei em Campo Grande às 5:30h e logo embarquei para Corumbá chegando lá às 13:15h. Na saída de Assis, descobri que tinha comprado a passagem errada de Campo Grande Corumbá... comprei as duas para o dia 20, e a destino Corumbá já era para o dia 21.. a moça da Andorinha foi muito simpática e simplesmente trocou a passagem, num momento que eu estaria disposta a pagar o dobro por um lugar naquele ônibus... Tudo resolvido na base da simpatia e do sorriso! – Nem sempre é assim...

Agradecimento especial: Às pessoas que me acompanharam até o ultimo minuto: Mãe, Pai, irmão (por celular) e a nova filha da família Renofio, enquanto eu não estiver: Laura.

Cheguei em Corumbá e a primeira coisa que me ouço, é um cara olhando pra mim e me chamando pelo nome... ok, vou explicar. Comprei a passagem do trem da morte por telefone em uma agência que fica na rodoviária de Corumbá, por R$ 120,00, com depósito antecipado de R$ 80,00, com apenas uma ligação para Corumbá. Quando desci do ônibus, o cara da agência já sabia que eu, era eu mesma! Como eu ja nao sei... Ok! Porque decidi comprar antes essa passagem e pagar quase o dobro: Para viajar sozinha é preciso tomar alguns cuidados: tenho que saber, que em quase todos os momentos, terei que me virar sozinha e decidir por mim mesma o que fazer... acontece que, ter que ficar um dia na fronteira do Brasil com a Bolívia não seria nada agradável então resolvi me poupar. Paguei bem mais caro, isso custaria 257,00 Bolivianos, numa cotação de 3,60 reais para cada boliviano, então podem perceber que dei uma de gringa...

Embarquei no trem na morte na sexta feira às 18h, no Ferro Bus, o melhor dos trens. Realmente é bem confortável, com poltronas maiores que a o ônibus, e com cerca 20 lugares no vagão e são dois vagões... é bem pequeno! Eu tava achando que ia ser grandão coisa da minha cabeça, e a viagem foi bem tranqüila. No vagão que eu estava SÓ tinha gringo... também porque é mais caro que o normal para os Bolivianos, que podem pagar 100 pesos e fazer o mesmo trajeto que estavamos pagando 257 pesos... Dava para comprar na hora, pela metade do preço que paguei, mas como tinha lido em outros blogs historias de pessoas que tiveram que dormir em Corumbá para comprar passagem para o outro dia, nem fiquei irritada com isso. Foram mais de 12 horas de viagem, o trem balança muito, mas fui conversando, entretendo com a galera, e passou até rápido!




 Ferro Bus, o mais confortável deles.

 Rodoviaria de Corumba - MS
 Nascer do sol no meu primeiro dia de viagem, anunciando que muita coisa boa esta por vir!

Fronteira do Brasil com a Bolivia

Vida na Fronteira

Início da ficha caindo... 20 de outubro de 2011

13 dias depois de pedir a conta no meu trabalho, 5 dias depois de me mudar de Londrina, 11 dias após um encontro com o pessoal da CHOICE, estou na rodoviária de Assis com destino a Campo Grande. É... a sensação desses últimos dias é de querer logo o que viria na frente. Confesso que tive um pouco de dificuldade para viver o presente em dias ansiosos... pois só posso dizer que o destino final do que começa hoje é o que vem me dando muitas alegrias há alguns meses. Essa viagem não me poderia cair num momento melhor: fase de termino de faculdade, de muitos rumos diferentes para se dar a uma carreira profissional, muitos amigos próximos incentivando a buscar algo maior, e uma família que me quer ver feliz. Tenho algumas coisas de que me orgulho na vida, mas a melhor delas é de ter a família que eu tenho, e nisso incluo alguns poucos amigos que me ajudaram a ser a pessoa que eu sou hoje. Me orgulho de ter os valores que tenho e apoio para fazer o que me faz feliz por todos os ângulos que possa olhar ao meu redor.
Viajar sozinha será um prazer nesses próximos meses... preciso fazer algumas coisas que ainda não fiz nessa vida, e uma delas é ter a coragem de viajar sozinha! Há alguns poucos e próximos anos atrás, não conseguia dormir num quarto escuro, ou tinha um certo pavor de ficar sozinha. Ficar sozinha nunca foi meu passatempo predileto, e está longe de ser, mas aos poucos estou descobrindo que é muito gostoso poder fazer coisas que só você tem vontade de fazer e mais...ter historia para contar... gosto de conhecer pessoas, me interesso por historias malucas, diferentes, ou somente ouvir uma velhinha no ponto de onibus. Eu gosto muito de ouvir historias... e observar...o simples fato da observação da natureza, do comportamento das pessoas diante de situações de pânico, alegria, afetividade... acho isso tão bonito! Isso é incrível na verdade... e quanto mais estou em contato com pessoas, mais feliz é minha vida, pois vivo tudo isso a todo momento. É bom estar sozinho para fazer essas coisas, e é assim que ando descobrindo coisas de que gosto muito...
Recentemente descobri que aprendo melhor de olho fechado. Já consigo até escrever de olho fechado hahahaa... pode parecer maluquice, mas milha melhor inspiração não vem a olho nu, sou muito desatenta e dispersiva... Tudo que está de melhor em mim, está atrás dos meus olhos, que só posso enxergar com eles fechados. It´s cool!