sábado, 14 de julho de 2012

Da parte sentimental: Respeito


E quando a gente não corresponde alguém? Não por negar algo, ou deixar de fazer alguma coisa que agrade a outra pessoa, mas quando o negócio é bem mais profundo que isso. Quando você sente que não corresponde ou suas atitudes nunca condizem com o que a outra pessoa espera, não só de você, mas de qualquer pessoa. Assim, parece que há um deslocamento de realidades, você e essa outra pessoa são deslocados das suas realidades para se aproximar de outra totalmente diferente. As pessoas que você está acostumado a corresponder e gostam das suas atitudes são as mais próximas, os amigos, colegas de grupo de estágio, as pessoas que você sai para tomar uma cerveja, sua família e talvez seja por isso que vocês sejam próximas, há uma identificação. Essas não questionam a roupa que você usa, o jeito que está o seu cabelo, uma bronca de um professor porque você estava conversando na aula, o seu jeito de curtir as festas ou dançar. E você também nunca pensou em questioná-las a respeito disso. Há um respeito mútuo entre o que você é e o que as pessoas gostam ou não gostam nas suas atitudes. Pode-se não gostar de muitas coisas nos outros, porém, respeitar é um ato de amizade. É quando você pára de olhar para você e achar que é o modelo que deve ser seguido e passa a compartilhar de outras atitudes sem achar aquilo errado, só porque é diferente. Quando a gente sente que não corresponde, parece que as partes envolvidas não são flexíveis ao ponto de conseguir compartilhar dessas atitudes e deixar a liberdade tomar conta do aprendizado que pode surgir nessas situações de diferentes comportamentos. Sempre há uma parte mais fraca que a outra. E acho que o papel de querer corresponder e não conseguir é o mais fraco, sempre. Pois o outro lado é o lado que exige, normalmente é o lado mais engessado. E como não deixar de ser quem você é, de fazer as coisas que você gosta, de ser quem você sempre foi, de agir naturalmente, de fazer aquela piada num momento impróprio, viver realidades diferentes, se é isso que te dá prazer na vida, quando a pessoa a corresponder não espera nada disso de você. É uma difícil decisão, há que se pensar... mas balancear os pontos fortes e fracos dessa relação, seja ela de amizade, de amor, passageira, é realmente a melhor atitude a ser tomada? Será que vale a pena renunciar o que você é, seus valores e as coisas que sempre acreditou em prol de estar junto com o outro? Um tanto egoísta da outra parte pensar que para tudo estar bem, um lado terá que renunciar as suas próprias convicções. No caso da paixão, não sei até que ponto isso é sustentável, mas diria que é uma única situação onde isso é possível de ser sustentado durante algum tempo. Por quanto tempo, ai eu já não sei. 

Da parte sentimental: Os últimos momentos do dia


Pensar em alguém que está longe no ultimo momento do dia, sem ter nenhum motivo aparente ou alguma recordação material para lembrar, significa inconscientemente ter estado com aquela pessoa pendurada em um quadro na parede da memória o dia todo. Você estava presente na sala, mas como passou o tempo todo no escritório, não teve tempo de parar para olhar... e eis que quando os melhores momentos do dia chegam, que é quando dá para desfrutar do descanso, e pára para olhar aquela bela recordação... eis que tudo vem a tona, e se fechar o olho dá pra ser capaz de sentir a presença de tão clara que se faz na carência e vontade de estar com alguém que realmente você deseja. Desejo de pele, desejo de carinho, desejo de presença física, desejo de tudo o que foi bom, mas com um pouquinho mais de doação. Não gosto do descompromisso  dos relacionamentos de hoje. Eu gosto mesmo é de chamar de meu. Dói saber  que essa palavra já não existe e são anos amadurecendo muito essa idéia. Os relacionamentos são mais lindos quando há liberdade, mas existe outras coisas muito sinceras pelo meio que não se vivem em pouco tempo... maluco é querer alguém que pouco se vê. Mas e imensa vontade de compartilhar e de escutar o que está se passando. Acredito que nossas vivencias anteriores nos transformam no que somos hoje. E não importa tanto o passado, e sim o estado claro do presente e da sinceridade que é vivido.  Mas na distancia, o que não está presente vira passado... e aí, como faz pra manter no presente? Voltar? Claro que acá pensando, seria melhor viver todo o presente e transformar o que a gente tanto pensa e gosta nele. Mas as vezes o sonho é maior e a longo prazo e nos reserva algo mais seguro, porque será feito por nossas próprias mãos. Voltar atras seria arriscar muito... outros sentimentos que não são os meus. Quero tanto o respeito, que não sei ensinar qual é a parte que me toca.  O meu respeito é ser sincero, e ficar próximo, muito próximo, não importa a distancia. É assim que eu gosto das pessoas que eu quero bem... mas as vezes as respeito tanto, que deixo ir embora, e pode parecer que não quero por perto... por isso, faço tanta questão de dividir o meu melhor presente sempre, porque preciso que respeitem minha vontade de querer por perto.  É assim que são os últimos pensamentos do dia... cheio de recordações e vontades... cheio de desejos de querer por perto. 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Da parte sentimental: O cheiro das pastas de plástico na pré-escola


Viver em outra cultura e em outro país é um desafio diário! Sair do seu sofá e da sua televisão e estar bem em não ter acesso a um sofá e uma televisão por meses, ou simplesmente passar anos sem comer a comida da sua mãe. Aquela mãe, de origem, não as que você encontrou no meio do caminho, que também te trataram como filho. É ver o tamanho do ser humano como espécie, e o tanto de amor que pode sair de dentro de nós e observar isso nas outras pessoas que nos adotam ao longo do caminho. É saber que existem seres humanos que nivelam por baixo, e que não te oferecem o básico, um sorriso ou uma mão estendida e passar por eles, com muita paciência. É viver paisagens de montanhas, rios, matas, animais silvestres, frutas, comidas, cores, construções, cheiros, sabores, poluições em geral, costumes. Um café da manhã com batata e queijo, um café que é de cevada e chamado de café, nomes de pessoas compostos impronunciáveis e que lembram novelas mexicanas, escritores que falam sobre a cultura que você vive no dia dia, pessoas que não dizem obrigada, nem tchau, que vivem uma vida sofrida de turismo e de oferecer serviços, que muitos não querem comprar.  Pessoas apressadas caminhando por todo lado, pessoas sorrindo sempre com seus sorvetes na mão, restaurantes sempre cheios, muita carne e batata nos pratos, consumo gigante de informalidade: no trabalho, nas empanadas, nos sucos de frutas, nos queijos de sabores diversos, nas milhares de verduras vendidas no chão, sob o sol. Há que ter vontade e mente desafiadora, para viver por tanto tempo em uma realidade que não seja a sua, em outro país, quem sabe.  Como tirar o melhor proveito de um povo ressentido e conservador? O grande desafio é viver harmonicamente numa rotina diária de coisas diferentes e novas, como se você pudesse se misturar com a água corrente, e ser incolor e inodora, como ela. Ou se mesclar as cores da multidão e pertencer a multidão. Ou ainda melhor, falar a língua deles, e ser como eles. Tudo se torna mais gostoso quando finalmente, você consegue se integrar, fazer parte do mesmo saco de batatas. O simples fato de ter uma torneira e dela sair água, não significa que você pode beber, tomar banho ou escovar os dentes com ela. Em outras situações, não haverá torneira, e tomar banho sem chuveiro, é uma realidade muito presente. Água quente em um país frio? As vezes não tem. Parece simples, é realmente é. A questão é a forma de adaptação a tudo isso e o que você espera das situações. O melhor de tudo, é viver o quanto mais o presente, e não se preocupar tanto com suas expectativas. As expectativas são os únicos sentimentos que podem destruir sua experiência. A falta de pés no presente, e de observar as situações como pessoa presente no momento aqui e agora, te tira do momento de viver a experiência. O melhor mesmo é estar atento ao que mais consome energia da cultura do outro país, e tentar entender e aceitar a realidade. Criticar, achar estranho, se incomodar, são atitudes típicas de quem está em choque cultural. O choque cultural para mim, é quando você se encanta demais, ou está achando tudo muito estranho e ruim, o que te impede de compreender a situação, e somente faz juízos de valor, comparações com a sua vida anterior e com o seu país, sobressaindo até o que você antes não dava valor. Isso passa... mas depende da sua atitude! Por um lado, é o grande crescimento para algumas pessoas: a possibilidade de valorar coisas antes imperceptíveis. Como por exemplo, quando imaginei eu, que ia dar valor a uma roupa de cama limpa, aos convites para almoços de domingo, a sair na rua e encontrar pessoas conhecidas, a simples conversas sinceras, a um barzinho a noite, a coisas simples, como uma rotina fixa. Tudo isso faz muita falta, e na rotina, elas passam sem perceber. O grande desafio é na real, poder estar aberto a conhecer o outro país, e isso vai implicar em muito autoconhecimento e aceitação das suas próprias atitudes, rédea nas mãos para controlá-las e aceitação do país. Um crescimento que vem cheio de novas descobertas, como uma criança aprendendo o caminho da escola, com sua mochila, sua lancheira e um caderno em branco, e depois de anos passados, só se recorda do nome da professora, e do cheiro das pastas de plástico, na pré-escola.

Da parte sentimental: Eu gosto de escrever.


Eu gosto de escrever, mas não para os muito amigos. Pois eu não gosto de escrever defeitos. E infelizmente, nós humanos que andamos na fila indiana do mundo, onde as pessoas carregam dois sacos e o da frente só tem virtudes, já o das costas, os defeitos. Olhando para a frente, enxerga-se apenas nossas virtudes e os defeitos alheios. Por isso gosto de escrever para pessoas que tem beleza. Gosto assim, de escrever para quem eu me apaixono. E eu me apaixono por muita coisa simples e tenho vontade de escrever para muita gente. As que sinto necessidade de escrever defeitos, peço que nunca pegue um lápis para o dizer. Acho que prefiro morrer sem nunca falar. Agora, as que eu tenho vontade... ah... essas sim mereciam aguardar do lado de fora da porta a obra ficar pronta. Pois essas são as coisas que me doem a felicidade de tão radiante. São as pessoas que eu penso na rotina diária da vida, imagino elas com outras que eu conheço que talvez uma mistura caísse muito bem. As que eu gostaria de viver apenas uma situação especifica, as que com um sorriso me encantam tanto. As que eu vivo uma situação passageira. Será que assim eu gosto de usar as pessoas por tanto querer elas perto de mim? E assim, sem mais nem menos, abandoná-las na doce ilusão que eu criei nelas próprias de viver o meu mundo de fantasia. Meu, meu... egoísta esse meu, meu. Escrever é um ato de egoísmo, dependendo do ponto de vista. Poderia estar ajudando alguém ao invés de ficar ai, matutando coisas sem sentido. Já escrevi muitas cartas... já escrevi coisas que quis decorar, de tao belas palavras colocadas, uma após a outra, numa sequencia delicada. Porque as palavras não são escritas de sopetão, como são ditas... as palavras podem ser pensadas, e mudadas de lugar. Por isso que prefiro escrever do que falar. Eu escrevo melhor do que falo. Virtude. Eu gosto mais de pensar do que de agir. Eu gosto mais de bastidores, prefiro não aparecer, esse é meu lado eu. Ou gosto de aparecer, mas só se for para encenar o que as palavras dizem por trás do palco da minha vida. Ai sim, eu apareço. Mas só em cima de algum palco, ou na frente de algum microfone por trás de uma mascara azul. Não tenho futuro como escritora, gosto muito de Clarisse Lispector, mas a vida me ensina a ler Peter Drucker e eu me convenço de que gosto mais dele, porque ele é competente, bem sucedido e isso me atrai. Mas Clarisse escreve sentimentos e emprega suas palavras como a minha mãe faz ao calar as palavras e dizer tudo o que eu sinto. Cala-se as palavras para dizer, acho que Clarisse é assim. 

Agora, eu queria mesmo era escrever para uma pessoa que me apaixonei recentemente. Dessa vez, é um cara, que eu não gostaria de chamar de cara, acho que chamaria de delicada flor não lapidada do meu mundo. É, esse é dos meus. Essa será uma carta que não será escrita. Pois seria romântica demais, e as vezes as pessoas não entendem que eu sou apaixonada por elas o tanto que elas deviam ser por elas mesmas. Assim eu nunca entendo quando alguém se apaixona por mim, pois acho algo normal. Defeito. Pois ando ao contrário na fila indiana do mundo...


Um parágrafo para o que importa - resumo da minha viagem ao Perú!


Bom gente, ninguém nunca me perguntou nada, nem mandou questionário para eu responder, mas mesmo assim eu quero contar minha história de vida daqui do Perú, como CEEDer da Aiesec em Cusco desde novembro de 2011 até final de fevereiro de 2012. Bom, pra quem nunca ouviu falar de mim, eu sou véia de Aiesec Londrina, fui VPTM em 2009, Facilitadora da Conferencia do ConoSur na Argentina para Talent Management e agora CEEDer em Cusco Peru e EP da Aiesec Londrina, em busca de uma vaga na Índia.
Ema, como você foi parar no Perú?

Bom, simples assim... eu terminei minha faculdade e recebi uma proposta de CEEDer com tudo pago, casa, comida, transporte, salário e uma ajuda de custo de 300 dolares pra passagem ida e volta por 4 meses. Missão: ajudar um comitê capenga, que em um ano de historia não conseguiu fazer nenhum intercambio. Orra, serio mesmo que isso caiu assim no meu colo?? Ok... Missão aceita! Em 15 dias, pedi as contas do meu trabalho na Artenge, fiz 5 despedidas, uma mudança, fechei meu apartamento, fui pra casa dos meus pais e parti...

Primeiro, eu fui pra Bolivia, pois queria viajar e chegar rápido no Perú não era algo em questão. E foi uma das melhores coisas que eu fiz... no início fiquei com medo, de passar em fronteira, de viajar sozinha, mas depois que eu desencanei de ler os blogs na net, eu consegui fazer as coisas sozinha... só tem noticia ruim em blog da net! Não foi uma boa experiência pra mim. Depois fiz um que só conta o lado positivo, logo logo passo pra vocês. Primeira dica, ouça seus conhecidos, mas não vá ao pé da letra em blogs.

Bom... Que lugar incrível! Incrivelmente bom para um forte choque cultural! Na Bolívia, muitas das estradas são chão de terra, e a noite não tem sinalização nenhuma. Viajei muito por elas, e confesso que em alguns trechos não conseguia respirar por causa da terra que circulava no ar. Dormir nos ônibus também era uma missão para os fortes: chacoalha tanto que a cabeça não para fixa num lugar só. Não existe posto nas estradas, e o banheiro é o matinho ao lado. A Bolivia é um país extremamente pobre: as pessoas andam de roupas típicas na rua, mulheres com duas tranças e saia, crianças são carregadas naqueles tecidos coloridos numa espécie de pacotinho nas costas das mães, e os pais andam juntos, de calça preta e uma sandália com um solado grosso de borracha. A pobreza se demonstra nos rostos queimados de sol e as famosas bochechas vermelhas e descascadas por causa da falta de proteção e também no trabalho informal. Tem gente que vende até alcinha de silicone pra sutiã na rua...sentam com um maço de hortelã e esperam pra vender tudo... vendem de tudo e qualquer coisa para ganhar sua subsistência.

Uma vez perguntei a uma senhorita, se o seu filho não iria a escola... e ela me disse que somente aos 7 anos. Pude concluir, que até então, essa criança ficaria até os 3 anos amarrada nas costas da mãe, e depois sairia andando e seus brinquedos seriam as frutas da tenda, ou os pacotes de bolacha de uma outra. Eles não brincam, não conversam e parecem uns bichinhos do mato, se você pergunta alguma coisa se escondem (bom, também eu sou um protótico bem diferente do que eles estão acostumados a ver) e existem muitas tendas, vi na Argentina também, mas na Bolivia elas são mais feinhas.

Na Bolívia os preços das passagens de ônibus depende de quem você é e de quanta antecipação você compra. Como tenho mta cara de gringa, para mim o preço começava sempre com o dobro do valor real. E é claro, vc tem que brigar pelo preço, fingir que não vai comprar, perguntar em outras agencias e fazer questão que a pessoa veja vc fazendo isso, depois volta e eles abaixam o preço. As vezes nem te olham na cara, pq o negocio deles é ganhar em cima de turista, sem dó. Não são nada honestos e realmente, tem que ter cuidado.

A mala vai no bagageiro sem nenhuma identificação, e ai de vc falar alguma coisa, eles deixam sua mala onde está e não levam... uma vez fui constestar um boliviano sobre onde minha mala ia ser colocada e ele ficou mto bravo... final das contas: toda parada de ônibus eu descia para ver se não me iam roubar, foi mto tenso... mas acho que se não tivesse feito isso, não estava com a minha mala.
Bom, eu fui uma viajante solitária, mulher, loira de olhos claros e que sorri pra todo mundo no meio da Bolivia. Eu sou assim, e paguei um preço por isso. Mas tive muitas vantagens também! Os bolivianos amam os brasileiros! Assim como todos os povos desse mundo amam os brasileiros! Então, eu chegava nos hostels sem reserva, falava que era brasileira, puxava um papo, dava um sorriso e pronto! Vaga garantida! =)

La Paz é uma cidade incrível, parece um buraco gigantesco que você vai descendo, descendo, descendo e não tem fim! Tem muita subida e descida é a catedral do centro é um poço de historia! Tem clausuras e conta um pouco da historia da colonização. Como todas as capitais da America latina, as contruções do centro são bem européias, com adornos encravados, muitas igrejas e casarões grandes de dois andares. É pouco industrializada, assim conservam-se bem as construções coloniais. Eu adorei La Paz!
Na Bolivia é tudo incrivelmente barato! 1 real é = 3,70 bolivianos, quase um euro comparado com o real!! (e que comparação Europa e Bolivia). Ou seja, comi bem demais! Salada de fruta a role, café da manhã caprichado e nem perguntava o preço das coisas... já ia pedindo. O problema é que eles comem mta carne, e como sou vegetariana tinha um pouco de dificuldades em encontrar a comida, mas enquanto isso abusava dos sucos de frutas, que se vende em todo lugar.

Conheci Santa cruz de la Sierra, Sucre, Uyuni, La Paz e Copacabana. O mais lindo de todo é Uyuni, sem sombra de dúvidas. Um passeio para conhecer o deserto de sal, um lugar incrível que parece um monte de neve dura, mas é sal! E a lagoa colorada, que é uma lagoa de água vermelha, no meio do nada, ou melhor, de um monte de vulcões e deserto de areia, paisagens incríveis e que vc não cansa de olhar.  É sim, uma das coisas mais lindas que eu já vi na minha vida.

Enfim, chegando no Perú.
Quando cheguei por aqui, achei tudo mais bonito que na Bolivia. Carros bons, ruas asfaltadas, vários restaurantes. Os restaurantes de Cusco são muito bons, e servem comida de todo quanto é tipo. Os pratos típicos são: Cuy, que é o nosso porquinho da índia, e ele vem inteirinho no prato, com dentes e patinhas. O outro é o chicharron de chancho ou de pollo, ou seja, uma carne frita na mais pura gordura em pedaços grandes e pode ser de porco ou de frango. Outro prato típico aqui é o tal do pollo, tudo tem frango, até o MC donalds daqui vende uma porção especial de coxinhas de frango num pote grande vermelho. Tudo tem batata, é o que eles mais comem... Há uma construção Inca que se chama MORAY, e está em uma cidade que se chama Maras Moray. São cosntruções em círculos (foto) que era onde os Incas faziam os experimentos com as espécies de batatas, e também mesclavam uma qualidade com a outra. Desenvolveram mais de 100 tipos de batatas!!! Os caras eram gênios.

O transporte em cusco, e em geral no Peru é por vans, e elas vão lotadas, as pessoas vão em pé, e tem sempre uma pessoa que trabalha na porta cobrando a passagem. Eles falam mil palavras por minuto e repetem o itinerário da van a cada parada, da janelinha. Se alguém vai subir, eles abrem, e se alguém vai descer, também, tem alguns que andam pindurados pra fora. Eu acho uma comédia, tenho vários vídeos deles falando... o taxi custa em média 3 soles, é mto barato, mas geralmente os turistas não conseguem pagar isso, pq eles não baixam preço pra turista, e nisso eu sinto orgulho, porque eu já pago isso fácil fácil!!! =) Mas as vezes eu me estresso muito com os taxistas, que querem me cobrar 20 soles do terminal de ônibus até minha casa... xingo em português só pra passar a raiva. Não acho nenhum taxista que queira me levar pelo preço normal, que seria 5 soles, daí eu vou de ônibus mesmo. Só pra não passar mais raiva.
Em geral, no Peru assim é a locomoção. Em Lima tem um Metro, é o nome do ONIBUS que leva de um ponto do centro até o outro ponto do centro. Não é um metro subterrâneo, é um ônibus normal que tem alguns pontos de parada e uma faixa exclusiva e esse é o meio mais foda de locomoção deles.O transito é uma loucura, uma paranóia! Primeiro vc se assusta, mas depois se acostuma... os carros andam no meio da faixa na pista, e só saem com buzina e cortando a frente de quem tá na outra faixa. Eles não utilizam seta, e não respeitam pedestres, tem que tomar muito cuidado pra atravessar a rua. Faixa de pedreste é enfeite e tá sempre meio apagada.

Lima é linda e as praias são maravilhosas. É praia de pedra, mas mesmo assim, faz calor e as pessoas são muito educadas! Barranco é um bairro mto romântico e o bairro de Miraflores tem ótimos bares! Amei conhecer Arequipa, onde os carros param para que vc passe na rua, igrejas lindas e a praça é mto acolhedora, as pessoas da cidade vivem a praça, uma integração só!! Arequipa tem praia que é pertinho e vale a pena conhecer. Fui para Mollendo, onde os parques aquáticos custam 4 soles para todo o dia.. a praia é linda, não tem muita gente e tem mta coisa do mar pra comer! Pra mim foi uma dificuldade gigantesca, tive que comer arroz com ovo ou morrer de fome... foi a cidade onde tive mais dificuldade para comer até hoje (sou vegetariana e não como nada de carne, peixe, frango etc) mas tinha mta opção pra quem come!

A comida daqui é maravilhosa... eles tem uma variedade de frutas, e todas são muito doces e comem sopa nas refeições, lentilhas, muitos legumes misturados com batatas... nossa mto bom! E todos os legumes e frutas são mto grandes...! Tudo aqui é tamanho gigante: a laranja, a maça, ameixa, o milho, os cachorros na rua (há uma infinidade de cachorros na rua, abandonados e todos gordos), é tudo tamanho família!!! Tem uns mercados municipais e muitas feiras também, que o pessoal compra e vende de TUDO! E é aí que eu gosto de ir... Comida, roupa, sapato, produtos de higiene, frutas, legumes e assim tudo misturadão! Não pode ter nojo! Eu já como tranquilamente comida na rua e não sinto nojo e meu corpo não reclama mais (no inicio foi complicado).Mas é o gato, o cachorro e a criança com o nariz escorrendo, tudo junto! Hehehehe...
Os mercados vendem suco de frutas com 3 ou 4 frutas, uma jarra de suco por 3 soles. Eu tomo todos os dias! É muito gostoso... os copos são sempre de vidro e lavados num balde. O famoso milho com queijo também é vendido aí, 2 soles e se come na palha. Eu não sei como vivi tanto tempo da minha vida sem comer isso! Tem também a chicha morada, que é feita de maiz morado. O maiz é o milho, e morado é a cor roxa... eles fazem um refresco disso, com limão, que é sensacional!

Cusco é lindo e mágico. Por todos os lados, existe uma forte historia da cultura Inca, e fazer o caminho inca para chegar a matchu pitchu é viver na pele todo aquele clima. Os incas construíram dentro da selva um caminho de 4 dias para chegar a M.P. a cidade perdida. Os guias dizem que na época passada, os informantes eram incas que corriam esse caminho e levava a informação de uma cidade pra outra em 1 dia. Eu acredito, pois qdo fazemos o caminho inca, tem uns homens que levam nossas coisas, e esses homens, levam como 30 kilos nas costas e correm naquelas escadas sem fim, e chegam como 3 horas antes que nós nos acampamentos. É incrível e dá mto dó ao mesmo tempo.

No Peru não se aplicam leis trabalhistas, os trabalhadores não tem registro formal de emprego, e é tudo muito informal. Os únicos aposentados que eu vi até agora, são os que trabalham pro governo, como há muita informalidade, as pessoas não tem uma garantia no final da vida, ou seja, passam a vida sendo pobres e trabalhando informalmente, e quando estão velhos, vivem miseravelmente. Isso eu vejo com os meus próprios olhos, e são muitos.

Quando vim morar aqui em cusco, tive uma dificuldade mto grande em coseguir uma casa, com uma exigência minha: banho quente. Pois é, aqui em cusco, eles não tem esse costume. Faz um frio do caramba, e eles tomam banho gelado!!Até hoje não tirei meu shorts da mala, e o dia todo se passa de blusa de frio, apesar do sol! Foi uma dificuldade grande conseguir um quarto onde o banheiro tivesse chuveiro com energia... é, a gente acha que vai ser tudo simples neh... Ontem teve um terremoto terrível aqui. Durou 5 segundos, e tremeu a casa inteirinha, inclusive minha própria cama! Eu morri de medo e achei que fosse morrer... mas acho que foi mais medo mesmo do que qualquer outra coisa. Bom, pelo menos eu pude entender melhor a teoria dos Incas, e o medo dos “incapazes” com suas casas de concreto.
Quando você visita matchu pitchu, os guias te dizem assim: essas pedras são contra abalos sísmicos, e são encaixadas em outras pedras com 5 angulos ou mais dependendo do lugar que a pedra está. Se é uma pedra de suporte para alguma estrutura, pode chegar a 10 ou 12 angulos em uma só pedra e elas são contra os abalos sísmicos.

As pessoas são bem reservadas e não falam muito com turistas, mas todos ficam te olhando com cara de interesse... se você puxa um papo, ai elas conversam, ainda mais se veem que vc sabe falar a língua deles... É bem legal conversar com o pessoal aqui, eu particularmente converso com todo mundo, e acho muito interessante as famílias que conversam comigo na rua, e me chamam pra almoçar na casa, querem que eu saia com a família, querem me pagar sorvete... isso já aconteceu algumas vezes. Eu nunca vou... mesmo porque tenho um contato muito grande com as famílias dos membros da aiesec, mas me parece muito engraçado isso! Um dia uma senhorinha no terminal de ônibus me deu seu telefone, falou que morava do outro lado do morro da cidade de cusco, ou seja, longe, e que era pra eu ligar pra ela e ir na casa dela almoçar. Imagina se eu ia achar a casa! Uma curiosidade, o povo daqui tá no meio da montanha e tão falando no celular, tem sinal em todo lugar! É mto massa!

Se você chegou até aqui, de uma pausa, vá comer, tomar uma água que imagino que já faz um tempo que tá lendo tudo isso! Hehehee
Estou amando a experiência, e me controlei pra não escrever muito, imagina! Mente fervilhando isso é só 1% de tudo!
Um abraço!