Viver em outra cultura e em outro
país é um desafio diário! Sair do seu sofá e da sua televisão e estar bem em
não ter acesso a um sofá e uma televisão por meses, ou simplesmente passar anos
sem comer a comida da sua mãe. Aquela mãe, de origem, não as que você encontrou
no meio do caminho, que também te trataram como filho. É ver o tamanho do ser
humano como espécie, e o tanto de amor que pode sair de dentro de nós e
observar isso nas outras pessoas que nos adotam ao longo do caminho. É saber
que existem seres humanos que nivelam por baixo, e que não te oferecem o
básico, um sorriso ou uma mão estendida e passar por eles, com muita paciência.
É viver paisagens de montanhas, rios, matas, animais silvestres, frutas,
comidas, cores, construções, cheiros, sabores, poluições em geral, costumes. Um
café da manhã com batata e queijo, um café que é de cevada e chamado de café,
nomes de pessoas compostos impronunciáveis e que lembram novelas mexicanas,
escritores que falam sobre a cultura que você vive no dia dia, pessoas que não
dizem obrigada, nem tchau, que vivem uma vida sofrida de turismo e de oferecer
serviços, que muitos não querem comprar. Pessoas apressadas caminhando por todo lado,
pessoas sorrindo sempre com seus sorvetes na mão, restaurantes sempre cheios,
muita carne e batata nos pratos, consumo gigante de informalidade: no trabalho,
nas empanadas, nos sucos de frutas, nos queijos de sabores diversos, nas
milhares de verduras vendidas no chão, sob o sol. Há que ter vontade e mente
desafiadora, para viver por tanto tempo em uma realidade que não seja a sua, em
outro país, quem sabe. Como tirar o
melhor proveito de um povo ressentido e conservador? O grande desafio é viver
harmonicamente numa rotina diária de coisas diferentes e novas, como se você
pudesse se misturar com a água corrente, e ser incolor e inodora, como ela. Ou
se mesclar as cores da multidão e pertencer a multidão. Ou ainda melhor, falar
a língua deles, e ser como eles. Tudo se torna mais gostoso quando finalmente,
você consegue se integrar, fazer parte do mesmo saco de batatas. O simples fato
de ter uma torneira e dela sair água, não significa que você pode beber, tomar
banho ou escovar os dentes com ela. Em outras situações, não haverá torneira, e
tomar banho sem chuveiro, é uma realidade muito presente. Água quente em um
país frio? As vezes não tem. Parece simples, é realmente é. A questão é a forma
de adaptação a tudo isso e o que você espera das situações. O melhor de tudo, é
viver o quanto mais o presente, e não se preocupar tanto com suas expectativas.
As expectativas são os únicos sentimentos que podem destruir sua experiência. A
falta de pés no presente, e de observar as situações como pessoa presente no
momento aqui e agora, te tira do momento de viver a experiência. O melhor mesmo
é estar atento ao que mais consome energia da cultura do outro país, e tentar
entender e aceitar a realidade. Criticar, achar estranho, se incomodar, são
atitudes típicas de quem está em choque cultural. O choque cultural para mim, é
quando você se encanta demais, ou está achando tudo muito estranho e ruim, o
que te impede de compreender a situação, e somente faz juízos de valor,
comparações com a sua vida anterior e com o seu país, sobressaindo até o que
você antes não dava valor. Isso passa... mas depende da sua atitude! Por um
lado, é o grande crescimento para algumas pessoas: a possibilidade de valorar
coisas antes imperceptíveis. Como por exemplo, quando imaginei eu, que ia dar
valor a uma roupa de cama limpa, aos convites para almoços de domingo, a sair na
rua e encontrar pessoas conhecidas, a simples conversas sinceras, a um barzinho
a noite, a coisas simples, como uma rotina fixa. Tudo isso faz muita falta, e
na rotina, elas passam sem perceber. O grande desafio é na real, poder estar
aberto a conhecer o outro país, e isso vai implicar em muito autoconhecimento e
aceitação das suas próprias atitudes, rédea nas mãos para controlá-las e
aceitação do país. Um crescimento que vem cheio de novas descobertas, como uma
criança aprendendo o caminho da escola, com sua mochila, sua lancheira e um
caderno em branco, e depois de anos passados, só se recorda do nome da
professora, e do cheiro das pastas de plástico, na pré-escola.
O que é uma viagem pra você? Esse é um convite a uma viagem!! Bolívia, Perú, Chile, Argentina e Uruguai serão encontrados aqui, na mais pura essência! A segunda parte da viagem é constituída por um país da América Central: México, apaixonante e caótico. Esse blog tem o objetivo de reter informacoes pessoais, nao o divulgo, nao o faco com intencoes comerciais. Somente um lugar meu, compartilhado com quem tenha interesse em acessar um pouco do que tem sido, foi e áinda é essas viagens.
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