segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cochabamba


Cheguei em Cochabamba as 3 da tarde, sim é muito longe... 15 horas de viagem... serviram um almoço no ônibus, com ovo, arroz, uma fatia de beterrada, uma batata cozida e um pedaço de carne, que eu deixei de lado e comi todo o resto. Deixei o preconceito e os vermes de lado, e mandei pra dentro, tava com fome, mas vou admitir... tava gostosinha a comida.
Chegando em cochabamba, comprei minha passagem a La Paz para as 9:30 da noite, num ônibus normal por 43 bolivianos. Normalmente cobrariam 25 bs, mas, como tem esse feriado LINDO na terça feira, eles cobram o preço que eles querem, e pelo que conversei com o pessoal daqui da Bolivia, é bem normal isso acontecer... queriam me cobrar 90 bs por um bus cama, mas eu jah tinha dormido 15 horas na viagem até Cochabamba, queria mais é ficar sentada e acordada...
Quando cheguei na rodoviaria logo fui vendo os esquemas de ir para o Cristo, ponto turístico de lá para descer o morro de bondinho! Isso mesmo, tem um bondinho que desce o morro!! Não é só no Rio de Janeiro... só fiquei com um pouco de receio de ir logo saindo da rodoviária porque o tempo tava meio feio, e eu que achava que não chovia na Bolivia... esperei um pouco, para ver o rumo que ia tomar, e pronto... o mundo desabou em água! Nem reclamei porque meu nariz já não tinha mais condições... só sangrava por causa do tempo seco e altitude. Então, levantei as mãos pro céu, e me internei numa lan house. E esse foi o dia que criei esse meu blog, que estou escrevendo para vocês. Porém todos os dias venho escrevendo, mas agora estou postando as coisas de trás pra frente! Viva a chuva!!!
Porém, cochabamba não passou tão em branco assim... na rodoviária, encontrei uma mulher, chocolateira, que já havia ido ao Rio de Janeiro dar aulas de cômo fazer chocolate. Daora demais!!!  Enquanto trocávamos idéia, uma senhora sentada no banco atrás de nós, me olhava e sorria para mim o tempo todo. Até que por um momento, estávamos as três conversando sobre os dialetos nativos da Bolivia. A senhora mais velha, Matiasa, que estava dizendo que nunca estudou, porém sabe escrever e fala três línguas, duas nativas e o espanhol. Pertence a um povoado de La Paz que vive depois do morro e é criadora de animais: burro, lhamas, ovelhas, vacas e que produz queijo com o leite dos animais, além de ter muitas coisas para comer onde ela vive que eles mesmos plantam: papaleza (papa é batata em castelhano, então papaleza é uma espécie de batatas menores, que tem o mesmo gosto) quinua, e muitos vegetais. Ela fez questão de escrever no meu caderninho de viagens a seguinte frase na língua nativa

Aimara = Donde estas yendo? = Taugiru saragta, e na outra língua nativa
Quechua = Holla, como estas? = Imaynalla Kasanki

Elas me disseram também que Aimara é uma língua nativa da região de La Paz, Puno, Oruro e Copacabana, e Quechua é mais em Juliaca, e que Santa Cruz de La Sierra ainda há pessoas que sabem falar Guarani.
Matiasa gostou tanto de mim, que anotou seu telefone no meu caderninho e me disse para ligar para ela quando chegasse em La Paz, para eu almoçar na sua casa, no seu povoado. 



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