Bom, primeira coisa: mulher, sozinha e com cara de gringa paga mais na Bolivia. Para tudo! Fui comprar minha passagem para o ônibus de Sta Cruz para Sucre e ela custava 80 bolivianos. O cheio da graça do cara da empresa do ônibus, queria me cobrar 120,00 pela mesma passagem.... E isso acontece aqui nas seguintes possibilidades: caso você chegue em cima da hora da saída do ônibus, terá que pagar mais e caso eles começem a falar tão rapido para que você não entenda nada e pague logo antes que o onibus saia. Como cheguei em cima da hora para comprar a passagem eu paguei 100,00. Mas só porque o cara começou a me fazer umas perguntas estranhas, do tipo: você ta sozinha? Da onde você é? ... e daí eu fiquei encanada, respondi séria e com todas as informações falsas, do tipo: não to sozinha, estou com um grupo de amigos... e vazei...
Opção da viagem de 12 horas de Sta Cruz a Sucre : com emoção, ou sem emoção?
Com emoção!!!! hahaha! Vários precipícios e montanhas, tudo junto e misturado numa mesma paisagem.... fiquei maravilhada com todas as formações rochosas desse trecho. Até onde pude ver, antes de escurecer, foi encantador. A estrada tem MUITA curva, na verdade, não tem nenhum pedaço em linha reta, acho que assim é mais fácil de explicar... Foram mais 12 horas de viagem até Sucre. Conheci um americano, so tinha nós dois de turistas no ônibus, agora não sei se é a época, por ser em outubro, ou se é uma rota bem rotineira para os Nativos. Então decidimos nos juntar, e ficamos próximos nas paradas e também fomos ao mesmo hostel na chegada a Sucre. Viajei com um Boliviano nada simpático do meu lado, e como estava sedenta de informações e queria saber dos costumes da Bolivia, tentei puxar papo com ele duas vezes... uma foi para perguntar se o que ele estava comendo era folha de coca, e a outra era se ele podia me dar uma para experimentar, as duas vezes em menos de 20 segundos, e ele me respondeu só uma coisa: Não. Hahahahahaha... Ok, fui caladinha o resto das outras 11h e 59 min e 40 seg restantes.
Parada para utilizar o banheiro, no matinho hehehe
Cheguei em Sucre com um choque cultural bem grande. A viagem foi cercada de momentos onde tive medo da estrada, e por vezes acordava com uma freiada brusca, ou a beira de um abismo gigantesco. As paradas de ônibus, por vezes eram em locais muito sujos e sem estrutura para fazer xixi. Não sou fresca, não tive nojo, fiz xixi no mesmo lugar que eles, ou seja, no meio da estrada, ou num banheiro sujo sem papel nem água pra lavar a mão, mas fiquei em choque... não sabia o que pensar daquilo tudo, mas tava curtindo o role observando que para eles, isso tudo, era muito normal, como aqui para nós é parar no Rodoserv para fazer xixi... (mas não tem peixinho bonitinho no aquário pra ver não viu...)
Fui pro Hostelling International com o Justin, mas não tinha reserva nenhuma. Na verdade, eu não reservei nenhum hostel com antecedência... não me preocupei com isso pois estou viajando em outubro e é fora de temporada... se fosse em dezembro teria que ter mais cuidado com isso. O Hotel é excelente e tinha muitos alemães morando lá, estavam fazendo um projeto social na Bolivia. Bem legal! Mas não gosto de alemães... nenhum foi simpático com os outros freqüentadores do Hostel, e o único que foi simpático comigo, queria informações do Brasil, e mesmo assim, falava o mínimo possível em inglês, só realmente quando se dirigia a palavra a mim. Eles não são sociáveis e não fazem questão... eu gosto de gente que faz questão!!
Chegamos e logo fui vendo alguns passeios em flyers disponíveis no Hotel. O Justin é um típico americano daqueles engraçados: branquelo, grandão e que necessita de espaço, ou seja, na dele. Tudo bem que eu sou brasileira e gosto muito de perguntar, e sempre quero saber alguma coisa como todos os brasileiros, e ele foi bem gente boa! Chamei para ir numa feirinha em Tarabuco, um dos passeios turísticos de Sucre, que só acontece aos domingos, até as 18h. Ele topou na hora, sem evitar e já foi logo pegando seu chinelo pra sair, e foi ótimo ter uma companhia para esse passeio, além do mais, pude treinar meu inglês, que está bem travado...
Tarabuco foi sensacional!!! Vejam as fotos, que saberão do que estou falando. Foi muita sorte esse passeio, pois tive a oportunidade de ver uma festa bem típica de Tarabuco, comemoração do dia da Nossa Senhora do Rosário, padroeira da cidade, e teve festa, comidas típicas, e uma passeata bem típica, além de uma “Roda de Touros” como se fosse uma tourada, mas algo bem light, sem nada para irritar os bois, somente mesmo aquele pano vermelho. Foi MUITO legal! Conversei com uma Cholla, e tirei foto com ela. Muito simpaática.
A noite no Hostel, chegaram alguns brasileiros mineiros, 2 meninos e 2 meninas e logo formamos um grande grupo de viagem!
Final do dia em Tarabuco, voltando a Sucre.
Logo pela manhã, havia decidido sair de Sucre e ir para Potosi e depois Uyuni, com destino final o salar de uyuni. As mineiras iriam também, seguiríamos viagem juntas.
Acontece que no momento em que decidimos isso, os mineiros das minas de Potosi haviam bloqueado as saídas de Sucre, e entrada a Potosi, bem como saídas de Potosi à Uyuni. Estava presa em Sucre, e as empresas de ônibus não estavam vendendo passagens. OK! Como não existe a palavra tempo ruim por aqui, borá borá de imediato conhecer e dar role pela cidade... experimentei helado de banderita, procurado pela cidade toda e achado pela Camila, a mineira de BH com muita alegria! Hahaha... cena inesquecível! Fomos ao Cassino, e depois de apostar 1 boliviano e sair com 20 Bolivianos em menos de 10 minutos sem ao menos saber quais botões tava apostando, foi engraçado... parecia 3 crianças querendo comprar sorvete com o dinheiro do jogo!
Cassino en el multiplicacion de diñero
Comprei um jornal no fim do dia para saber das noticias do bloqueio das estradas pelos Mineiros de Potosi. Com os bloqueios a toda, e sem data para terminar pelo conclusão que tirei da noticia do jornal, embarquei num taxi com a Bárbara e a Camila, com destino ao bloqueio. A idéia era passar a pé o bloqueio e por sorte pegar um ônibus até Potosi depois de atravessar a pé. Foi o que aconteceu. Só não sabia que eram 5 km de caminhada com uma mochila de 14 kilos nas costas... e a 3000 metros de altitude!!! Condições extremas, pra quem não quer fazer qualquer viagem, e sim, se aventurar!!!!
Quer saber o que aconteceu? Proximo capítulo... =)
Quer saber o que aconteceu? Proximo capítulo... =)
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